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Jazz em Agosto 2012, entrevista com Rui Neves, director artístico do festival (1/2)



A edição 29 do Jazz em Agosto acontece de 3 a 12 do próximo mês, em Lisboa. “O outro lado do Jazz” leva ao Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian e também ao Teatro do Bairro figuras históricas e novos valores de uma estética em permanente renovação. Procuramos descodificar o mais interessante festival de Jazz em Portugal, com algumas questões ao seu director Artístico, Rui Neves.

O Jazz em Agosto volta a apresentar grandes nomes que continuam a história Jazz enquanto aposta em novos praticantes de uma música em permanente mutação, querendo mostrar 'o outro lado do Jazz'. O que arrisca destacar na edição que preparou para este ano? 
Tem sido sempre assim, constituindo a marca identitária do festival, reflectindo com exigência a actualidade seus múltiplos aspectos. Este ano poderemos falar de três linhas de força que especifico: pianistas (Misha Mengelberg, Matthew Shipp, Marilyn Cryspel); uma nova geração do jazz britânico (Led Bib, trioVD); DJ’s experimentais (eRikm, Dj Sniff).

O formato duo tem sido uma aposta recorrente em diferentes edições do JeA. O que podemos esperar do diálogo/confronto entre Misha Mengelberg e Evan Parker ou Marilyn Crispell e Gerry Hemingway? 
A fórmula do duo tem assumido no jazz contemporâneo uma evidente importância que, como diz, o Jazz em Agosto tem programado com regularidade. O duo implica sempre uma grande proximidade de músicos que se conhecem bem e que comungam de idênticos objectivos estéticos. Mengelberg & Parker, Crispell & Hemingway são exemplos de simbioses, de interacções plenamente conseguidas e não esqueçamos que o duo só funciona com músicos de excepção como é o caso. 


Marilyn Crispell & Gerry HemingwaySábado, 11 Ago 2012, 21:30 - Anfiteatro ao Ar Livre

O festival sugere duas propostas do sangue novo do Jazz britânico - Led Bib e TrioVD. Faz algum paralelismo entre os dois projectos? Ou, ao contrário, são propostas distintas que mostram a amplitude da diversidade do Jazz actual? 
O quinteto Led Bib e o trioVD são diferentes nas suas direcções, um é de Londres e outro de Leeds, com tudo o que as cenas locais significam e até pela organização instrumental de cada um, mas exibem o mesma ligação ao rock. São músicos jovens com uma cultura do seu tempo. Para eles, como para mim, mesmo sendo de outra geração (de quando o rock começou), o rock coabita com o jazz ou não fossem ambas músicas bastardas cuja génese é a mesma: vieram dos blues. A diversidade do jazz actual é um facto e é natural (deve ser natural), os gostos e as práticas espelharem no bom sentido a globalização que vivemos.   

LED BIB: Sábado, 4 Ago 2012, 21:30 - Anfiteatro ao Ar Livre


O Jazz em Agosto volta a oferecer propostas de turntablism, agora em afterhours, no Bairro Alto. [Recordo-me do fantástico set da dupla Otomo Yoshihide e Martin Tetrault, há alguns anos, na Gulbenkian]. A estética Djing experimental é a nova fronteira do Jazz? Ou estamos já noutro território das músicas experimentais? 
O Djing começa a fazer parte dos grupos de jazz que acompanham a evolução, é um fenómeno actual. Não aconteceu o jazz aproximar-se da Música Ocidental académica há algumas décadas, por exemplo, com Gunter Shuller que instituiu o conceito da Third Stream? Mas já, antes, Duke Ellington e Charles Mingus sentiram necessidade de transcenderem os pressupostos da sua época. Miles Davis, como se sabe, instituiu também ligações firmes com a música pop e rock da sua época. Como diz, o Djing pode ser considerado uma nova fronteira do jazz porque também significa um enriquecimento de linguagem; trata-se, afinal, de criar novas linguagens, um processo imparável e inevitável.

eRikm: Quarta, 8 Ago 2012, 24:00 - Teatro do Bairro


Segunda Parte

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